________Curriculum, propásia e progênie de um patinador e ciclista dislexico




- Sou Português nascido em Moçambique.
- De 1969 a 1976 estudei e vivi na Cidade da Guarda.
- Desde que, em 1977, vim viver e estudar para Lisboa, apaixonei-me pela cidade e comecei a observa-la atentamente e a estuda-la. A sua história, morfologia, antropologia, urbanismo, arquitectura, tradições, mitos e segredos sempre me fascinaram.

Como aluno frequentei a faculdade de arquitectura dez anos, alternando estudos com trabalho.
- Licenciei-me em Arquitectura em 1987.
Exerço a profissão como profissional liberal desde essa altura.

- De 1995 a 2005 voltei à faculdade por mais dez anos, mas agora para lecionar.
Foi uma experiência incrível dar aulas na Faculdade de Arquitectura de Lisboa na Cadeira de Desenho Urbano ao 1º e ao 2º ano.

Introduzi na Faculdade de desenho o desenho de modelo vivo, só lecionado até aí na Escola de Belas Artes, e idealizei, propus e concretizei aulas temáticas de desenho de Rua.

Cada ano, com as duas turmas que lecionava, idealizava dez aulas de Desenho Urbano em dez locais da cidade com características distintas na sua formação, desenvolvimento e evolução urbanos.
Fui aprofundando a investigação e o conhecimento dos lugares no contexto urbano e percebendo a forma como Lisboa foi construída.
Rapidamente, para alem da arquitectura, ao ler o espaço urbano passei a focar me na História da cidade e na sua antropologia.

- Entretanto, também em 1995, aderi de novo ao desporto e ao BTT (bicicleta todo o terreno), para compensar as infinitas horas em posições do corpo incorretas na mesa de projecto e em esboços de arquitectura e por conselho médico.
Antes como aluno na Faculdade tinha praticado intensamente atletismo com reconhecimento em prémios de fundo e meio fundo.

Assim a partir de meados dos anos noventa comecei a praticar ciclismo de montanha com muito entusiasmo e rapidamente comecei a entrar em competições como Federado na F.P.C. (Federação Portuguesa de Ciclismo).

- Ousei participar com ciclistas profissionais na primeira prova de Travessia em BTT ao Algarve.
- Ainda em BTT fiz as etapas todas da Trans- Portugal pela conceituada Ciclonatur e várias travessias horizontais de Portugal.

- Motivado por descrições aventureiras, em 1998 realizei, pelos trilhos do peregrino o meu primeiro Caminho de Santiago Francês, de Roncesvalles a Santiago de Compostela (em BTT, 120 km diários).

Nos inícios dos anos noventa deslocava-me nas cidades com Patins em linha e, apesar de já subir e descer montanhas muito técnicas de bicicleta, ainda tinha muito receio de andar de bicicleta no meio do frenético transito da cidade.

- Em 2000 adaptei uma bicicleta de montanha para estrada e efetuei pela primeira vez a hoje tradicional volta Troia – Sagres, promovida pelo António Malvar.

A partir daí, trocar a deslocação na cidade em patins pela bicicleta foi uma pedalada (ou um passo) e comecei a andar diariamente e a ir para todo o lado de bicicleta, inclusivamente para reuniões importantes de gestão de obra e para as aulas na Faculdade. Isto fez com que fosse assediado por críticas e estigmatizado - Estávamos ainda muito longe do Portugal moderno de hoje.

- Rapidamente tomei gosto em fazer kms em estrada e, de novo incentivado por relatos aventureiros, fiz a Nacional 2 em 2001 em 4 etapas.
A Nacional 2 é a terceira maior estrada do mundo, liga Chaves a Faro (730 km) e em breve será património Nacional.
- Seguiu-se depois o exultante, fantástico, misterioso, caminho de "El Cid Campeador". São 1000 km de Burgos a Valência. Duro mas indescritível em beleza e surpresas.

- Talvez o meu ponto alto em matéria de performances ciclísticas tenha sido em 2009 a "Rota de la Plata", que liga Sevilha a Santiago de Compostela.
Fui um autentico Peregrino, pois saí da porta da minha casa em Lisboa de bicicleta (o meu incontornável cavalo de ferro) e dirigi-me, já a registar os carimbos na carta do Peregrino, até Sevilha...
Entrei no trilho e ao chegar à catedral de Santiago, e depois de receber o diploma, desci até à porta da Igreja de Nossa Senhora do Rocamador de Castelo Rodrigo (que é uma congregação que se dedica à assistência aos peregrinos compostelanos) e é a aldeia dos meus antepassados.

O prazer pela aventura e pelo desporto levou me até hoje, nas férias de Verão, a trocar a praia, por semanas de hóquei no gelo em países onde este desporto é rei (tenho também essa loucura!) - Canadá e Republica Checa, alternando com outras semanas de kms por estradas Portuguesas a descobrir monumentos e estruturas urbanas, vilas, aldeias e cidades do Portugal interior.

Apesar de ter iniciado o ciclismo com o BTT (bicicleta todo o terreno) hoje considero me um ciclista urbano que gosta de passar férias a fazer estrada.
- Fui por duas vezes Campeão Nacional na categoria de Veteranos no Campeonato Nacional Brompton Portugal (as famosas bicicletas dobráveis).
- E de novo primeiro classificado na categoria de veteranos e 3º na geral no V Festival da Bicicleta Urbana - Corrida Brompton, onde entraram atletas internacionais.

- Em 2010 comecei a realizar passeios culturais de bicicleta por Lisboa, influenciado pela maneira como 15 anos antes tinha dado as aulas aos alunos de urbanismo.

Propus-me criar, mais um grupo de ciclistas amigos de Lisboa e da sua cultura, quer seja ela antropológica, monumental ou urbanista, que se juntam para andar de bicicleta e se divertirem com a cultura da Cidade e que querem descobrir uma Lisboa profunda e autêntica.

Desejamos procurar, e se possível descobrir, onde se oculta (em livros, documentes, museus, bibliotecas ou mesmo em arquivos digitais) tudo o que a cidade tem de belo, grandioso, interessante ou só curioso.
Gostamos depois de colocar esses elementos na direção dos nossos olhos e nos lugares que a pedalar se possam percorrer .

Aspiramos retirar essas informações dos arquivos da cidade para os colocar de novo nos locais físicos de onde foram inspiradas e retiradas.
Em cada passeio são selecionados e investigados temas, de um modo simplificado mas não simplista.

Estava assim criado o BiclaLx - Se quisermos podemos até chamar-nos “ciclistas olisipógrafos”.

Tínhamos como objetivo provar que também existe uma cidade com declives suaves, muito bela e humanista e também ajudar quem se quisesse juntar a nós a perder o medo de andar na cidade, no meio dos carros, auxiliado por ciclistas urbanos que também já tiveram muito medo (e têm agora respeito).

- Durante estes últimos sete anos desenhei e realizei em média um passeio temático por mês. Cerca de 80 passeios culturais de bicicleta por Lisboa.

- Também realizei passeios por convite, nomeadamente para a Junta de Freguesia de Arroios e para a BikePoP.

- Tenho o prazer de ter recebido pela quarta vez o convite da Make-A-Wish para criar e organizar uma equipa para guiarmos o balizamento de todo os percursos da Cycle-A-Wish,

Em 2013 transformei o blog BiclaLx no blog ElseuBike, já com o propósito também de fomentar a deslocação em patins por Lisboa e de lutar pela concretização de mais um sonho - Propor para Lisboa o primeiro recinto sustentável de gelo natural e com dimensões Olímpicas.

- Também gosto de recordar com orgulho o convite da Open House Lisboa | Trienal de arquitectura de Lisboa, em 2016, para para criarmos um passeio de bicicleta integrado no programa de visitas.

- E este ano (2017) a Open House Lisboa voltou a convidar o EliseuBike&Co para voltar a fazer parte do roteiro, com uma visita ao Corredor Verde de Monsanto, projecto do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.


Nos dois blogs que criei e desenvolvi, BiclaLx e EliseuBike, publiquei e continuo a partilhar crónicas sobre a bicicleta e as suas idiossincrasias, que relatam muito da cultura, das características e até dos segredos da Cidade de Lisboa através de contos e histórias que sempre pretendo divertidas, estimulantes e com algumas recomendações saídas na minha experiência a andar de bicicleta diariamente na cidade desde 1997, quer chova, faça frio, vento ou muito calor.

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